Lá fora o vento baila e sopra entre as arvores fazendo um som assustador na janela da pequena Lauren del'Anzon que acorda e corre para o quarto do teu pai. Entra embaixo dos lençóis e o abraça apertado de tanto medo que sentiu. Ele a acalma e diz ser só o vento disputando com as arvores um espaço.
- Mas não é só o vento pai. Tem algo a mais, e chegou na minha janela – Ela diz ofegante.
- Foi o galho da arvore, apenas isso – Teu pai diz num tom ameno.
- Posso dormir aqui ? - diz com cara de cachorro pidão -
- Vem deita que eu te protejo.
Lauren tinha razão. Não era só o vento, existia algo a mais rondando tua casa. Algo impossível de decifrar quando se olha rápido. Poderia ser apenas um galho ou a sombra que o poste fazia ou ainda um mendigo se escondendo do frio. Mas poderia ser pior, e a ela temia esse pior.
O sol nasce aos poucos tomando o lugar do lindo luar da noite passada. Pessoas ainda voltam pra suas casas depois de uma longa noite de festa na cidade. Mas Lauren permanece deitada entre os braços de teu pai, onde se sentia segura. Quando o sol enfim consegue passar em sua janela, teu pai já havia acordado e deixado um bilhete preso à porta da geladeira.
Fui trabalhar. Volto a tempo pro almoço. Se cuida filha! Te amo.
Ali mesmo deitada Lauren pretende ficar durante todo o dia. Está de férias e não existe nada de interessante na cidade pra ela. Todos os seus amigos estão viajando. A Nicolly Rutther, sua melhor amiga, está passando as férias em Nova York com os pais. Pura invejinha bateu agora. O Henrique Draft seu fututo-pretendente-namorado está em intercambio e só volta no próximo ano. A Gabrielly Fortunez, sua prima, está em uma excursão pra Madri. Quem ela queria ver está longe o suficiente. A unica pessoa que não espera que estivesse naquela cidade era a Veronica Sarta, sua ini-amiga. Tiveram uma briga das grandes no colegial – a V fez questão de revelar todos os segredos que tinha da L – .
Então fecha os olhos e tenta dormir mais um pouco. Quando o sonho começa a surgir em sua mente o telefone toca. Assustada pelo barulho que fez sai correndo pra atender. Do outro lado da linha o silencio permanecia. Lauren insistia em saber quem era, mas a unica resposta que teve foi um ofegar. Desistiu de perguntar e recebeu em troca a chamada encerrada.
Curiosa em saber quem era, pega uma lista de todas as pessoas que poderiam ter o numero do seu telefone, depois riscou as pessoas que nunca ligaram. Sobraram poucas. Essas nunca ligavam naquela hora, nem daquele jeito. Então deixou pra lá, poderia ser engano. Olhou a hora se passar rápido e correu para a cozinha pra fazer o almoço do pai. Nada de especial, só comidas do mesmo dia. Seu pai não gostava daquelas ''frescuras'' de comidas estranhas.
O relógio batia 12:30pm e nada do pai chegar. Pode estar preso no transito, falou ela pra se mesma. Então deu 12:40pm e nada, os minutos se passavam e nem uma ligação pra dizer o porque estava atrasado ele deu. 13:30pm resolveu almoçar sozinha. Lavou o único prato sujo, guardou as comidas e foi pra seu quarto.